quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

E a busca continua...

Enquanto o mundo segue seu curso, meu tempo vai sendo consumido juntamente com a minha paz, ao me conectar ao facebook e notar as atualizações que os “amigos” fazem. 98% inutilidade, babaquice e futilidade. O ridículo das comunicações e os assuntos tratados me deprimem ainda mais, quando percebo que sou expectador desse espetáculo repleto de pobreza espiritual. Mark Zuckerberg é um gênio. Ele compreendeu uma dinâmica social e construiu uma ferramenta capaz de captar e suprir uma parte dos anseios do mundo. Conseguiu usar a seu favor o que o atormentava, o que me destrói, desde sempre, e possivelmente o destruiria tbm, caso não tivesse a sua genialidade se manifestado. Ele se tornou uma figura que marcou seu lugar na história e provavelmente obteve alguma paz de espírito com isso. Este tipo de paz é muito difícil de se alcançar. Porque conquistas de tal magnitude não dependem unicamente de vontade e iniciativa. É necessário que se tenha sensibilidade e grande intelecto para vislumbrar as oportunidades. E talvez até mesmo um pouco de sorte, estar no lugar certo, na hora certa, com as pessoas certas.
O que nos move é a insatisfação. E além disso, sentimentos de grandeza superior. Tal qual uma enorme angústia espiritual que causa tanto desconforto ao ponto não nos permitir ter uma noite de sono tranqüila. E assim seguimos. Uns mais tensos e angustiados, buscando a fagulha que falta para transcender a mediocridade; e outros menos, que já obtiveram algum êxito. A única coisa que pode aliviar a pressão é o movimento, o trabalho, o estudo.
Feridas do passado, mendicância emocional, falta de correspondência, inveja da mediocridade, incapacidade de viver, de ter o que se acha belo e bom. Receita angustiante de amargura penetrante e crônica. Penúria e melancolia. São sonhos, ilusões, a imaginação que extravasa excessivamente. É o instinto que atrasa a mente e mata aos poucos o que a virtude engendra.
O único objetivo é a distração. Sentir-se distraído, enquanto a vida acontece lá fora. Saber histórias dos outros só ocupa o tempo em que deveríamos estar construindo as nossas próprias.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Angústia - Graciliano Ramos(2ª geração modernista)

Minha última leitura. Livro interessante, surpreendente. Um pouco cansativo no início, mas logo ganha fôlego e consegue envolver. Com narrativa espetacular, o autor consegue mergulhar na psiqué do personagem. Ele mostra de forma incrível as flexões que uma mente perturbada e obsecada é capaz de realizar. Em meio a distorções de ideias, o personagem principal que possui personalidade fraca e submissa ganha força pela completude e manutenção da fidelidade em relação a seu perfil mental. Ele odeia tudo o que é mais forte que ele e ele não possui. Tenta amar o que não lhe é permitido, tanto por limitações psicológicas quanto por limitações materais. E retorna ao ódio. Só não odeia a sí próprio e sua condição patética. Suas justificativas ganham suporte na sua condição limitada. E a partir disso, tece críticas ao que está a seu alcance. Ele mostra intenso apego ao passado, sendo seu passado a base de tudo o que conhece, servindo constantemente de comparativo para compreender o que se passa. Esse é outro exercício que o autor pratica com muita frequência: a alternância da linha do tempo através de retomada de ideias e fatos passados. Esse tipo de colocação é muito interessante , pois nos leva a manter firme a atenção no texto e exercitar a memória. Memória que é testada de forma sutil, porque a própria narrativa retoma personagens e momentos de forma muito hábil, tornando natural a recordação dos fatos. É um livro muito bom, considerado um dos melhores livros do autor. Esse ano recebeu uma edição especial em comemoração aos 75 anos de publicação. Altamente recomendável.

domingo, 25 de setembro de 2011

Perdas e realizações.

O tempo é uma dimensão dificilmente concebida. A maioria das pessoas estabelece planos como forma de estruturar o tempo e organizar a vida. Já a realização desses planos constitui um desafio secundário. É muito fácil nos deixar levar pelas atribulações do dia a dia e não conseguirmos alcançar a conclusão de nossos objetivos. Às vezes é necessário que percamos muitas coisas, coisas que consideramos essenciais, para que sejamos despertados dessa embriaguez cotidiana e tenhamos condições para partir rumo às nossas realizações. Isso, porque nunca é fácil renunciar. E sendo cada escolha também uma renúncia, muitas vezes nos vemos estacionados, sem ímpeto de avançar, diante dos nossos propósitos. Existem, pois, simploriamente, duas formas de empreender realizações e conquistas. Uma delas é com ousadia e coragem, quando deixamos coisas pra trás, em alguns casos com sofrimento, para rumarmos para aquilo em que acreditamos. A outra é através das perdas, que nos proporcionam a sensação de não restar mais elementos que nos atam, nos compelindo a mudanças de vida.
O perfil de pessoas extremamente corajosas e ousadas não é muito comum. Tanto que quando surge alguém com tais características, ele é logo percebido no meio em que se encontra, sejam pelas atitudes ou pelas realizações, que logo saltam aos olhos alheios. Seria este o caso do indivíduo capaz de criar suas próprias oportunidades. Para pessoas de perfil oposto existem, basicamente, as perdas. Porém, o perfil corajoso, de maneira alguma, está desvinculado das perdas. Porque as perdas podem acometer qualquer pessoa a qualquer momento. De fato, dependendo da intensidade dos abalos que podem surgir, é fundamental a disposição de muita valentia, para enfrentar e reverter os danos em elementos valoráveis, que nos auxiliarão tanto no restabelecimento quanto em conquistas subseqüentes.
A bravura, a ousadia, a coragem e a força que todos nós carregamos, em proporções variáveis, são o que nos suporta diante das perdas e nos faz seguir cumprindo nosso papel. São o que nos ergue, quando as pernas balançam. E o que nos impulsiona, quando temos a impressão de que vamos parar. Quanto maior o obstáculo, maior a dificuldade para transpô-lo e mais capazes nos transformamos, para seguir adiante, transformando nossa realidade naquilo que mais desejamos.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Impressões do Intermed Minas

Quatro dias após a chegada do Intermed, ainda manifesto sinais físicos provenientes dos também quatro dias de evento. O Intermed desse ano foi realizado na cidade de Juiz de Fora e organizado pela universidade federal da citada cidade. A distância, a proximidade com o ingresso na universidade e o valor da inscrição funcionaram como fatores inibitórios. Desta forma, dos 40 alunos da turma 73 de Medicina da Universidade Federal do Triângulo Mineiro(UFTM), somente eu e mais 4 corajosos se arriscaram participar do evento. Outra questão, que possivelmente influenciou negativamente os que não foram, foi a incerteza do que se sucederia por lá, uma vez que os bixos, invariavelmente, costumam chamar atenção e, com frequência, se tornam alvo de brincadeiras. Algumas brincadeiras ocorreram, mas nada falou mais alto do que a experiência única de participar de um Intermed logo no primeiro período.
O evento, que é composto por uma mescla de competições esportivas e festas, reune várias faculdades de medicina de universidades particulares e federais do Estado de Minas Gerais. Entre elas estavam Itajubá, Pouso Alegre, Alfenas, Faseh, Ciências Médicas e as federais UFMG, UFU, UFOP e a nossa gloriosa UFTM.
De forma geral, é possível ver o fervor que toma conta dos estudantes ao representarem suas respectivas universidades. A união salta aos olhos durante a entonação de hinos e músicas que são incessantemente cantados durante todos os dias. É, sem dúvida, um belo espetáculo de se assistir e, principalmente, de se fazer parte.
A rivalidade, que em momento algum tangencia a violência, gera um certo grau de afastamento e pode ser a razão que limita a interação entre os membros de diferentes universidades. Cada universidade é representada por combinações de cores, que, em muitos casos, estão vinculadas às cores das bandas/charangas(Por exemplo amarelo e preto da Cachacina de Uberaba e roxo e verde da Medonha de Uberlândia). Assim, é fácil identificar a origem universitária dos participantes, basta atentar para algum adereço como um chapeu com as cores da universidade ou algum corte de cabelo exótico que também carrega tonalidades sugestivas.
Nesse clima de rivalidade, as duas universidade que mais se destacam são a UFU e a UFTM. E esse destaque vem justamente pelo fato de não serem as que levam as maiores delegações e nem as que apresentam maior pompa nas apresentações, mas sim por serem as duas mais exaltadas e apaixonadas. Também são as únicas que interagem durante os jogos e suportam uma à outra. Eventualmente, ocorre uma união de todas contra a UFMG, que é a maior de todas as delegações, com o maior número de ingressantes por ano e, consequentemente, com a maior banda e o maior número de atletas.
Após uma longa viagem e quatro dias desgastantes de noites mal dormidas e uma alimentação pouco balanceada, o saldo foi certamente positivo. Não me recordo de falar com pessoas de outras universidades, mas a interação com alunos dos períodos anteriores da própria UFTM foi marcante. Torcemos uns pelos outros e nos conhecemos na medida em que compartilhavamos a paixão pelo nosso curso e por nossa universidade.
Após a desmistificação, o próximo evento deve contar com uma maior representação da turma 73. O Intermed Minas de 2012 será sem dúvida ainda mais intenso que o que passou e a UFTM brilhará muito mais.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A origem da tequila.

Assim que passei no vestibular, tive uma rápida e inesquecível(apesar de não me lembrar de muitas coisas) experiência com tequila. Esse episódio me fez pensar num diálogo que explica a proveniência dessa bebida tão conhecida.

- A tequila vem do México, não!?
- Não! O México é o importador exclusivo. Lá, eles envasam e redistribuem pra todo o mundo.
- Então de onde vem?
- A tequila vem do Inferno. O Diabo prepara o destilado com suas próprias mãos e envia toda a produção diretamente pro México.